CIHCOT - Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos
Perguntas frequentes
CIHCOT - Perguntas frequentes
- Ter identificação e registro hospitalar;
- Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
- Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35°C), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;
- Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante;
- Submeter-se a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sanguíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral;
- Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas;
Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.
- Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
- Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por, no máximo, seis horas);
- Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por, no máximo, seis horas);
- Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
- Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por, no máximo, 24 horas);
- Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por, no máximo, 24 horas);
- Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos).
- Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
- Pele;
- Valvas Cardíacas.
Sim. Também existe a doação de órgãos ainda de pessoas vivas. O médico poderá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças anteriores. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso. Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo, como o rim, uma parte do fígado, pulmão ou um tecido, como a medula óssea. Este tipo de doação só acontece se não representar nenhum problema de saúde para o doador.
Para doar órgãos em vida é necessário:
- ser um cidadão juridicamente capaz;
- estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
- apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde durante e após a doação;
- Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e que não impeça o organismo do doador de continuar funcionando;
- Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante;
- Ser parente de ate quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.
Que órgãos e tecidos podem ser doados em vida:
- Rim
- Medula Óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue)
- Fígado (apenas parte dele, em torno de 70%)
- Pulmão (apenas parte dele, em situações excepcionais)
- Pacientes portadores de insuficiência orgânica que comprometa o funcionamento dos órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular;
- Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante, como soropositivos para HIV;
- Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas;
- Pessoas com tumores malignos - com exceção daqueles restritos ao sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero - e doenças degenerativas crônicas.
A identificação de potenciais doadores é feita, principalmente, nos hospitais onde os mesmos estão internados, através das Comissões Intra-hospitalares de Transplante, nas UTIs e Emergências em pacientes com o diagnóstico de Morte Encefálica. As funções da coordenação intra-hospitalar baseiam-se em organizar, no âmbito do hospital, o processo de captação de órgãos, articular-se com as equipes médicas do hospital, especialmente, as das Unidades de Tratamento Intensivo e dos Serviços de Urgência e Emergência, no sentido de identificar os potenciais doadores e estimular seu adequado suporte para fins de doação e articular-se com a respectiva Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, que possibilita o adequado fluxo de informações.
As Centrais Estaduais também têm um papel importante no processo de identificação/ doação de órgãos. As atribuições das CNCDOs são, em linhas gerais: a inscrição e classificação de potenciais receptores; o recebimento de notificações de morte encefálica, o encaminhamento e tomada de providências quanto ao transporte dos órgãos e tecidos, notificação à Central Nacional sobre os órgãos não aproveitados no estado para o redirecionamento dos mesmos para outros estados, dentre outras. Cabe ao coordenador estadual determinar o encaminhamento e providenciar o transporte do receptor ideal, respeitando os critérios de classificação, exclusão e urgência de cada tipo de órgão que determinam a posição na lista de espera. Isso é realizado com o auxílio de um sistema informatizado para o ranking dos receptores mais compatíveis.
No HUSM, a CIHCOT vem trabalhando junto aos funcionários para disseminar informações relacionadas à doação. Além disso, divulga os dados relativos às captações na imprensa local e deve realizar campanhas junto a escolas e aos acadêmicos do Centro de Ciências da Saúde para contagiar a todos com a "cultura da doação". Os integrantes da Comissão também realizam palestras sobre o tema em Santa Maria e em outros municípios da região.
As comissões têm como responsabilidade promover a educação e conscientização da sociedade em geral, por meio de ações que contemplam a divulgação de informações à imprensa sempre que forem solicitadas, a realização de projetos em escolas, empresas e em outros espaços de convívio social, treinamentos em hospitais e campanhas de estímulo à doação.
É um processo regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Composto por três partes, a primeira específica a causa do coma e exclui as possíveis causas reversíveis deste coma. A segunda é composta por testes clínicos com o paciente, que são feitos em duas oportunidades, separados por, no mínimo, seis horas, e ainda um destes feitos por um neurologista. Ao final deste é confirmado o diagnóstico clínico de Morte Cerebral - situação irreversível, sem possibilidade de tratamentos e que evoluirá em questão de horas para parada cardíaca. E, o terceiro item do Protocolo é um exame por imagem que mostre o cérebro sem atividade. No HUSM, utilizamos a "Arteriografia Cerebral de Quatro Vasos" que mostra a circulação cerebral ausente no caso da Morte Cerebral. Não existe possibilidade de enganos.
Após ter-se o Protocolo compatível com morte e a família ter autorizado a doação, a Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, que fica em Porto Alegre, é contatada e organiza as equipes cirúrgicas de retirada dos órgãos. Após a cirurgia, o corpo é entregue à família sem nenhuma deformação ou enviado para exame médico legal.