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Três décadas de enfrentamento da AIDS

HIV

Três décadas de enfrentamento da AIDS

O setor de Imunodeficiências do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e da Faculdade de Medicina da UFMG, completa, no mês de agosto, 30 anos de funcionamento. O acontecimento será celebrado no dia 12 de agosto, a partir das 19 horas, em evento no Salão Nobre da Faculdade de Medicina da UFMG.

Com a ousada proposta para a época de estudar o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, sigla em Inglês) e acompanhar pessoas em risco ou infectadas pelo HIV, garantindo atendimento de qualidade e com respeito aos direitos humanos, o setor coordenado, desde o início, pelo professor Dirceu Bartolomeu Greco foi inaugurado em 13 de agosto de 1985, em meio a um conturbado cenário de desconhecimento, medo, discriminação e preconceitos. Segundo o coordenador, esse panorama ocasionou a resistência da sociedade e, até mesmo, da própria instituição.

“Foi uma luta grande no começo para abrir o ambulatório. O argumento que eu usei foi o seguinte: se nós atendíamos tuberculose, meningite e outras doenças infecciosas, por que não atender pacientes com HIV? Então, foi aberto o ambulatório no Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias, que foi de suma importância para a população que era extremamente carente desse tipo de assistência”, ressaltou Greco sobre as dificuldades do início do serviço.

Conquistas

Para além de todos os percalços, o setor criado na década de 80 desenvolveu - e desenvolve até hoje – um trabalho muito importante na luta contra a aids e demais doenças infecciosas. No que se refere à pesquisa, o setor de Imunodeficiências, foi o primeiro no Brasil a testar uma vacina contra o HIV. Atualmente, o ambulatório, que desde 1991 funciona no em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte no Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias (CTR/DIP) do anexo Orestes Diniz, tem cerca de seis mil pacientes matriculados que fazem acompanhamento no local.

Para Greco, muito se conquistou com o passar dos anos. “Hoje, por exemplo, já é possível evitar a transmissão materno-fetal do HIV. No entanto, é necessário o acompanhamento devido e a realização de todos os testes”, explicou. Mesmo com todas as conquistas, ainda existe uma grande dificuldade quando se trata da conscientização da população sobre a importância da prevenção e da realização dos testes, o que ainda demanda a realização de muitas campanhas educativas e políticas públicas.

Comemoração

O evento surge como uma oportunidade para debater os diversos aspectos da infecção pelo HIV e rememorar estes 30 anos com todas as dificuldades e conquistas, fazer planos para o futuro com a possibilidade do real controle e até a eliminação da epidemia da aids.

“Trinta anos é um tempo curto, se pensar em história. Mas é um tempo onde muita coisa aconteceu e tem acontecido. Então, o evento não é uma comemoração e sim um marco. Um marco dos trinta anos da abertura de uma estrutura voltada para atendimento, prevenção, ensino e pesquisa, defesa dos direitos humanos dentro de uma instituição pública, seguindo os preceitos do SUS. Serão bem-vindos todos aqueles que têm participado deste esforço’’, complementa Greco.

Da mesa do evento participarão a superintendente do Hospital das Clínicas da UFMG, Luciana Gouvêa; o diretor da Faculdade de Medicina; o diretor do Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde; os secretários de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte e do Estado de Minas Gerais, representante dos pacientes e de uma ONG que trabalha com o tema.