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Simulação de acidente de trânsito alerta sobre necessidade constante da atenção

CONSCIENTIZAÇÃO

Simulação de acidente de trânsito alerta sobre necessidade constante da atenção

Ação faz parte da Semana Nacional do Trânsito e buscou evidenciar a importância da prevenção

Nesta segunda-feira, 17 de setembro, o campus Saúde da UFMG recebeu sua segunda edição da simulação de acidente que tem como tema “educação, gestão e ação”, com o objetivo de prevenir agravos no trânsito. A ação foi promovida pela Escola de Enfermagem, Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas da UFMG, junto ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). 

Os alunos, funcionários e demais pessoas que transitavam pelo campus puderam acompanhar o socorro a duas vítimas de um acidente simulado dentro do estacionamento. Na ocorrência, um motorista do carro procurava vaga, mas, com a atenção voltada ao celular, não percebeu o ciclista. Após chocar com a bicicleta, assustou-se e pisou no acelerador por engano, batendo, em seguida, em uma árvore. 

“Apresentamos uma situação de agravo, infelizmente, corriqueira no nosso dia a dia, para conscientizar para um trânsito mais seguro. Além de mostrar o papel dos profissionais nesse atendimento, com o Corpo de Bombeiros e o Samu, procuramos transmitir à população que ela também é responsável, atendendo, assim ao tem da Semana Nacional do trânsito: “Nós somos o trânsito”, afirmou a professora do curso de Gestão de Serviços de Saúde da UFMG, Karla Rona da Silva, coordenadora da ação. 

Ter sido realizado dentro no campus foi um diferencial, segundo a professora, ao mostrar ser uma possível situação mesmo no estacionamento, no qual não há carros em alta velocidade, por exemplo. “Lembrando que temos um trânsito de pessoas e carros maior do que algumas cidades do interior e temos muitos ciclistas, então aqui dentro também é possível de acontecer. A atenção no trânsito deve ser constante. Assim, mais do que falar do atendimento, temos que falar da prevenção, para evitar que esses agravos não aconteçam”, lembrou. 

Para a estudante do curso de Enfermagem da UFMG, Gisele Geraldo da Silva, a “II Simulação do Campus Saúde da UFMG: educação, gestão e ação” chamou muita atenção por parecer real com a chegada dos carros com sirenes ligadas, maquiagem profissional de feridas e outros traumas e a atuação dos personagens, incluindo uma suposta parente da vítima. “As pessoas pensam que não pode ocorrer dentro da Faculdade, mas estamos aqui no estacionamento. O impacto nos faz refletir e atentar para essas questões, como não usar o celular ao volante dentro ou fora do campus”, disse. Ela ainda pontuou a importância da conscientização como futura profissional da área da saúde. “A partir do momento em que se conscientiza a população, diminui-se os dados epidemiológicos. Então traz benefícios, inclusive aos recursos do SUS”, completou.

O auxiliar de Serviços Gerais do campus Saúde, Rogério Vicente, também ficou impressionado com a semelhança com uma ocorrência real. “Achei a simulação muito interessante. Fui impactado e isso chama a atenção para as pessoas não usarem celular enquanto dirigem. É importante ver isso até para poder passar para outras pessoas. Foi muito interessante ter uma vítima como se fosse real e ainda poder ver como é feito o atendimento”, contou.

Atendimento simulado e o alerta da prevenção
As equipes de profissionais do Corpo de Bombeiros e do Samu realizaram atendimentos simultâneos às duas vítimas: o ciclista caído no chão com traumas expostos e o motorista preso nas ferragens do carro. Todo o processo foi narrado, apresentando o passo a passo de como o socorro é feito e os materiais utilizados. 

De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, os serviços atuam de forma integrada para que, em cada ocorrência, possam ser verificados quais são os recursos necessários para a situação. “Procuramos empregar de forma inteligente os recursos, de forma a garantir que a população seja atendida mais rapidamente e de forma mais eficaz”. 

“As pessoas acham que pequenas atitudes não têm reflexo direto em acidentes graves e queremos descontruir isso. O Corpo de Bombeiro, junto a outros órgãos, tem o papel de conscientizar sobre a importância das pessoas observarem as regras básicas do trânsito como não usar o celular no volante, respeitar o limite de velocidade e não combinar bebida alcoólica e direção”, declarou o tenente. “Mesmo sem intenção, quando quer fazer algo rápido como responder uma mensagem no celular, a pessoa pode ser responsável pela morte de outra ou causar lesões graves com sequelas para toda a vida”, ressaltou. “Temos que ter consciência de que o carro também pode ser uma arma, dependendo da forma como é utilizado. O trânsito é um ambiente de cidadania, em que devo respeitar o outro”, continuou.

A enfermeira e integrante da gerência do Samu, Oricema Miranda Teixeira, comentou a importância de ter uma equipe especializada no atendimento, que seja capaz de desobstruir a via aérea e controlar a hemorragia, por exemplo. “Essa é chamada de vítima da hora de ouro, aquela primeira hora após o trauma em que o paciente precisa de uma unidade de suporte avançado com uma equipe e material especializados para poder garantir sua sobrevivência. Então em ocorrências como essa, é necessário ligar imediatamente para o Samu”, alertou.

“Atualmente o Samu atende em torno de 50 mil chamados por mês em que 140, em média, são atendimentos na rua e 40% desses são vítimas de traumas. Por isso é importante que as pessoas sejam mais conscientes no trânsito, tendo mais atenção, mais tolerância, mais empatia e ter maior atenção ao seu redor”, destacou a enfermeira. 

“Claro que sempre temos algo a melhorar, mas, de forma geral, acredito que nosso objetivo foi contemplado. Ainda mais com o circuito educativo no período da tarde ao receber alunos de escola pública e outros transeuntes do campus para continuar a conscientização sobre o trânsito, ensinar técnicas simples de reanimação cardíaca, possíveis técnicas de imobilização e o que fazer em caso de óbito”, comentou a professora Karla. Durante o evento, a comunidade também pôde conhecer uma unidade móvel do Samu e saber mais sobre valorização da vida e o acolhimento humanizado a familiares enlutados com os funcionários da Funerária Metropax.

Uma ação de extensão
Como a II Simulação do Campus Saúde da UFMG é uma ação de extensão, a coordenadora lembrou que essa também foi uma oportunidade aos alunos para ter a experiência de planejar, organizar e participar do evento. “Unimos os alunos do curso de Gestão em Serviço de Saúde na questão do planejamento, os alunos de Enfermagem no atendimento inicial e os profissionais do Hospital das Clínicas da UFMG que são nossa retaguarda para uma potencial vítima real”, pontuou.

 

Além do Corpo de Bombeiros e Samu, o evento também conta com a parceria da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti); BHTrans, Polícia Rodoviária Federal, Metropax; Faculdade de Medicina da UFMG; Hospital das Clínicas da UFMG; BHTrans, Arterial Urgência e Emergência; Copiadora e Gráfica Rápida HPC; Varela peças usadas e novas e S.O.S Medrado.

Sobre a Ebserh

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação, administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nos 40 hospitais que integram a rede. Além disso, atua em conjunto com as universidades federais para a gestão de seus respectivos hospitais.

(Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG - Foto: Carol Morena))