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HC-UFMG realiza treinamento sobre dispositivo de detecção de prematuridade

NEONATOLOGIA

HC-UFMG realiza treinamento sobre dispositivo de detecção de prematuridade

20 pesquisadores de cinco hospitais brasileiros participam hoje (24/09) da capacitação

Médicos do Hospital das Clínicas da UFMG e professores da Faculdade de Medicina da UFMG desenvolveram um dispositivo que permite mais precisão à detecção da idade gestacional. Segundo a professora, médica e coordenadora do projeto, Zilma Reis, as técnicas disponíveis fazem o cálculo com erro de duas a três semanas e dependem de um profissional treinado na área. Já com o dispositivo, patenteado pela equipe, a margem de erro é de 11 dias nas primeiras 48 horas de vida. Com o novo estudo pretende-se reduzir para 7 dias.

Com o objetivo de capacitar e certificar equipes e centros colaboradores para testar a nova tecnologia, denominada Preemie-Test, 20 profissionais do HC-UFMG, Hospital Sofia Feldman, Hospital Universitário da UFMA, Hospital Materno-Infantil de Brasília e Hospital da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) estão em treinamento nesta segunda-feira (24/09), na Faculdade de Medicina da UFMG.

O treinamento de todos os pesquisadores e a certificação dos centros são etapas obrigatórias em pesquisas clínicas e seguem as normas das Boas Práticas. É uma etapa preliminar, que antecede à coleta de dados, para que seja feito alinhamento para o processo de organização, desenvolvimento e monitoramento de diretrizes da pesquisa para ensaios envolvendo novos dispositivos médicos.

“A idade gestacional de uma criança é o maior preditor de sobrevida e tem impacto na qualidade de vida até a idade adulta. O que é muito importante neste projeto é que a gente fortalece a perinatologia, a pediatria e neonatologia junto com a obstetrícia trabalhando junto e desenvolvendo ferramentas clínicas importantes para a assistência e posteriormente para relacionar ao prognóstico de vida da criança”, afirma a professora Maria Albertina, do Departamento de Pediatria da UFMG e participante do projeto.

Atendendo as normas da ANVISA, os profissionais farão os testes em 787 recém-nascidos, como parte da etapa de validação, antes de colocar o dispositivo disponível no mercado.  O estudo intitulado “ Ensaio Clínico Multicêntrico Detecção da prematuridade através da interação entre a luz e a pele neonatal: a validação do Preemie‐Teste” é financiado pelo Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde.

“ Nós do Rio Grande do Sul estamos muito contentes em participar deste projeto, porque vai permitir que se estude toda a população brasileira, que é extremamente heterogênea, e que se possa ter um cálculo adequado da idade gestacional, principalmente nos prematuros, onde existe muito erro nos métodos tradicionais. Assim, poderemos avaliar melhor e ter um resultado mais qualificado na intervenção, ou seja, no tratamento que essas crianças vão ter nos mais diversos centros, colaborando para a redução da mortalidade neonatal, perinatal e obviamente da mortalidade infantil”, destaca Dr Paulo de Jesus Nader, neonatologista da ULBRA.

Prematuros e mortalidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros a cada ano e um milhão morre por causa das complicações da prematuridade, que lidera as causas de morte neonatal e é responsável pela metade dos casos de comprometimento neurológico em crianças. Na maioria dos casos, esses bebês precisam receber cuidados especiais, como suporte respiratório e controle de temperatura, ou ser encaminhados a uma unidade neonatal. Para que isso ocorra de maneira satisfatória, é necessária a identificação exata da idade gestacional, calculada, atualmente, por um pediatra ou enfermeiro neonatólogo treinado.

O projeto foi financiado pela Bill & Melinda Gates Foundation e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Ele foi selecionado entre as iniciativas apoiadas pela sétima edição do Building Global Innovators (aceleradora internacional de tecnologias) e apresentado na terceira edição do WHO Global Forum on Medical Devices, da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada neste ano. Mais informações estão disponíveis no site do Projeto (http://skinage.medicina.ufmg.br/index.php/pt/).

Sobre a Ebserh
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação, administra 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas. 

O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes, incluindo as não filiadas à Ebserh.

com Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG.