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Hospitais da Rede Ebserh visitam o Espaço Trans do HC-UFPE

REUNIÃO

Hospitais da Rede Ebserh visitam o Espaço Trans do HC-UFPE

Hupaa da UFAL e HUJM da UFMT conheceram o funcionamento do serviço que é referência no país

O Espaço de Acolhimento e Cuidado Trans do Hospital das Clínicas da UFPE, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), recebeu, na quarta-feira (22), a visita técnica da chefe da Divisão de Gestão do Cuidado do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) da Universidade Federal do Mato Grosso, Shirley  Lima, e de profissionais do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa) da Universidade Federal de Alagoas, liderados pela chefe da Divisão de Gestão do Cuidado do Hupaa, Maria Helena de Araújo. 
 
O objetivo do encontro foi compreender o trabalho realizado pelo Espaço Trans do HC-UFPE e buscar implementar as melhores práticas em seus respectivos hospitais. O Hupaa já possui o serviço instituído (mas ainda está em fase de finalização de fluxos) enquanto que o HUJM está estudando a sua criação.  O Espaço Trans do HC-UFPE é um dos centros de referência na assistência às pessoas trans no Brasil, com um ambiente de atenção que vai desde a reflexão sobre escolhas e compartilhamento de experiências até o acompanhamento pós-cirurgia de redesignação sexual. 
 
“A visita foi uma oportunidade de estabelecer uma interlocução com outros serviços e uma compreensão mais ampliada e uníssona”, afirmou a coordenadora do Espaço Trans do HC-UFPE, Suzana Livadias, ressaltando que esse foi um momento para apresentar o serviço e reforçar o entendimento do espaço de saúde e cuidado como um local também de direitos da população trans. 

 A superintendente do HC-UFPE, Sylvia Lemos Hinrichsen, afirmou que a vivência foi ímpar. “Principalmente, porque pudemos mostrar toda a experiência acumulada de uma equipe muito engajada e comprometida com um tema de grande importância e impacto social”. 
 
A chefe da Divisão de Gestão do Cuidado do Hupaa, Maria Helena de Araújo, agradeceu o acolhimento e afirmou que este foi um momento de fortalecer a parceria. “Temos o Espaço Trans do HC como referência. Foi uma visita cujo intuito foi o de conhecer o funcionamento do serviço e de perceber o que poderíamos levar de contribuição para termos mais segurança em organizar o nosso”. 
 
Já Divisão de Gestão do Cuidado do HUJM, Shirley Lima, buscou conhecer as dificuldades, os fluxos e o caminho percorrido pelo Espaço Trans do HC. “Ainda não oferecemos o serviço. Estamos em fase de estudo em equipe junto com o estado e município para tentarmos montar uma rede para atender a essa população que precisa ser acolhida não só pelo serviço, mas por toda a sociedade”.
 
Sobre o Espaço Trans do HC-UFPE
O Espaço Trans foi criado em outubro de 2014, quando o Hospital das Clínicas recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde para a implantação dos procedimentos relativos ao processo transexualizador do SUS, por meio da Portaria n° 1.055, de 13 de outubro.
 
A equipe multidisciplinar do Espaço Trans é composta por profissionais da área de Psicologia, Serviço Social, Enfermagem e Medicina, contando com  a parceria de diversas especialidades como Urologia, Ginecologia, Endocrinologia, Dermatologia, Cirurgia Plástica, Fonoaudiologia, entre outras.
 
Por ser o único hospital do Norte-Nordeste que oferece atendimento integral a pessoa trans (incluindo o pós-operatório da redesignação), a procura por esse serviço é alta. Não há um número preciso de quantas pessoas querem especificamente a cirurgia de redesignação porque a abordagem no Espaço Trans foca em questões mais amplas, como a investigação da violação de direitos, o combate ao preconceito, ajuda na aquisição do nome social nos documentos e o trabalho psicológico para fortalecimento do sujeito e enfrentamento das dificuldades vivenciadas, entre outras ações.
 
 Ao longo de mais de cinco anos do Espaço Trans (comemorado em outubro), foram e continuam sendo atendidas 320 pessoas: 220 mulheres trans e travestis e 100 homens.  Até o momento, foram realizadas 45 cirurgias de redesignação. Conforme determina o Ministério da Saúde, é necessário que o paciente seja acompanhado pelo serviço por, pelo menos, dois anos para se submeter ao procedimento.
 
Texto: Raítza Vieira