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Neurologista do HC explica a importância do diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer

SAÚDE

Neurologista do HC explica a importância do diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer

Hospital das Clínicas da UFPE possui ambulatório específico para tratar a doença

O 21 de setembro é o Dia Mundial do Alzheimer, data que tem o objetivo de conscientizar e alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce, além de contribuir com mais esclarecimentos acerca da doença. No Hospital das Clínicas da UFPE, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), os pacientes com diagnóstico de Alzheimer podem ser acompanhados pelos Ambulatórios de Neurologia, Geriatria e Psiquiatria.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que existam no mundo cerca de 50 milhões de pessoas com demência. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 2 milhões de pessoas têm demências das quais cerca de 40% a 60% delas são do tipo Alzheimer.

“A Doença de Alzheimer é uma patologia neurodegenerativa caracterizada por perdas cognitivas e alterações de comportamento insidiosas e lentamente progressivas. Ocorre pelo depósito de proteínas anormais em áreas do cérebro relacionadas à memória e outras funções cognitivas, tendo como fator de risco o envelhecimento. Ou seja, quanto mais idosa a pessoa for, mais chances ela tem de desenvolver a doença”, explica o neurologista e preceptor do Ambulatório de Demências do Serviço de Neurologia do HC, Breno Barbosa.

Dentre os sintomas, estão a perda da memória para os fatos recentes, o idoso torna-se repetitivo fazendo as mesmas perguntas ou contando as mesmas histórias várias vezes, desorientação temporal, desorientação espacial, dificuldades de linguagem, de planejamento (funções executivas) e ainda mudanças de comportamento como apatia ou irritabilidade. 

Ainda de acordo com Breno Barbosa, as principais medidas para a prevenção da Doença de Alzheimer consistem nos cuidados com a saúde física e intelectual desde as faixas etárias mais jovens. “É fundamental o controle adequado dos fatores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e sedentarismo. Além disso, o acesso a uma educação de qualidade, o engajamento intelectual e a manutenção de relações sociais saudáveis ao longo da vida fornecem ao cérebro maior ‘reserva cognitiva’ contra as doenças degenerativas”, afirma.

Ele ainda ressalta a importância do diagnóstico precoce: “Quando tratados precocemente, alguns pacientes podem ter melhoras cognitivas e estabilizar por algum tempo o curso progressivo da doença. O diagnóstico precoce permite que os pacientes e seus familiares entendam a natureza dos sintomas, cuidem melhor da rotina, dos cuidados e planejem o futuro”, alerta.

O tratamento é feito com medicações voltadas para os sintomas de memória, alterações de comportamento e do sono que deve ser aliado à prática de exercícios físicos, higiene do sono, organização da rotina e estímulo à preservação da autonomia do paciente com o máximo de segurança. Não existe ainda um tratamento curativo. A equipe multidisciplinar tem forte papel na reabilitação neurológica.

Também é importante salientar que a Doença de Alzheimer pode vir acompanhada de doenças como a depressão e a ansiedade, mas não se sabe exatamente se existe relação causal entre as essas patologias (se uma condição causa a outra) ou se elas simplesmente coexistem com maior frequência.

Texto: Cecília Vieira | Edição: Raítza Vieira