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Iniciação científica desperta interesse de estudante de medicina pela pediatria

Ensino e Pesquisa

Iniciação científica desperta interesse de estudante de medicina pela pediatria

“Foi como redescobrir minha profissão”. É com esse entusiasmo que Vandui Silva Santos, 24 anos, estudante do 12.º período de Medicina da UFTM, relata sua experiência como bolsista de iniciação científica. 

O jovem participou de um projeto das pediatras Valéria Cunali e Kellen Kamimura, da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica (UTI) do Hospital de Clínicas, desenvolvido em 2017. 

“Nossa pesquisa buscou conhecer a realidade de uma Unidade Básica de Saúde e dar um aporte aos profissionais de lá, para que consigam lidar melhor com os prematuros”, explica Vandui.

O estudante relata que a experiência que mais o marcou foi o trabalho junto aos agentes comunitários. “Descobrimos neles aliados muito importantes. Com as informações que eles traziam, podíamos pensar no paciente, organizar uma intervenção. Eles foram nossos olhos e ouvidos na comunidade”, sintetiza.

O interesse de Vandui pela pediatria veio a partir de uma experiência pessoal: o nascimento de sua prima. Assim que entrou na universidade, em 2014, a tia do estudante deu à luz uma criança com cardiopatia congênita. Na tentativa de orientar a família, o rapaz começou a buscar informações sobre o tema. “Foi quando conheci as médicas Valéria e Kellen, e a gente começou a caminhar junto”, relembra.

 

Sobre a pesquisa

A partir de sua experiência superior a 24 anos na UTI pediátrica do HC, a médica Valéria Cunali percebeu ser essencial a atuação de uma equipe multidisciplinar na reabilitação de prematuros. Isso porque, além do acompanhamento médico, o bebê pode precisar da intervenção de profissionais de outras especialidades como fisioterapia, serviço social, fonoaudiologia, terapia ocupacional, etc. 

“Já vimos criança sendo reinternada no Hospital por não encontrar apoio e estrutura no sistema de saúde. Isso cria um ônus para os pais, para as crianças e para a sociedade. A proposta do nosso trabalho foi intervir de forma que elas reinternassem menos”, detalha a pesquisadora.  

Sobre as famílias mobilizadas pela pesquisa, a pediatra Kellen Kamimura relembra o caso de uma criança que havia sido internada mais de duas vezes em um curto período. “A gente começou a fazer busca ativa, ir até a região onde ela morava, oferecer consultas no ambulatório. Com o cuidado fortalecido, a mãe ficou motivada e a equipe mais coesa. Como resultado, a criança passou a apresentar menos problemas”, descreve.

Além do atendimento às famílias, a pesquisa promoveu seis oficinas com 15 agentes comunitários da Unidade de Saúde da Família do bairro Residencial 2000, localizado em Uberaba. Os cursos foram realizados no Hospital de Clínicas como forma de aproximar a instituição e os profissionais da Atenção Básica. “Eles tinham muita vontade de conhecer o HC, principalmente a UTI, setor de onde derivavam os casos que iam para lá”, comenta Kellen.

O projeto fez parte de um edital de bolsas de incentivo à iniciação científica, lançado pela Gerência de Ensino e Pesquisa do HC, com o objetivo integrar ensino, pesquisa e extensão à assistência prestada pelo Hospital. Na iniciativa, são aplicados os princípios do SUS e da gestão pública no tocante à humanização e à excelência em saúde.

Unidade de Comunicação HC-UFTM