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Programa de gestão de leitos é implantado no Hospital de Clínicas de Curitiba

Eficiência

Programa de gestão de leitos é implantado no Hospital de Clínicas de Curitiba

O projeto piloto do método japonês foi realizado na Unidade Leitos de Retaguarda

Curitiba (PR) - A taxa de giro dos internamentos significa quantas vezes o mesmo leito é utilizado por diferentes pessoas. Muitas vezes, o paciente pode ficar muito mais tempo internado do que o necessário, diminuindo assim, o número de atendimentos e aumentando a possibilidade de contrair uma infecção. Para aumentar esse fluxo e diminuir a estadia dos pacientes no Hospital de Clínicas do Complexo da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), foi implantado o sistema Kanban, que funciona desde 1º de agosto na Unidade de Clínica Médica, além dos Leitos de Retaguarda.

No CHC, o programa visa auxiliar as equipes médicas e de enfermagem a gerirem o uso dos leitos. Em salas isoladas, que preservam a integridade do paciente, há quadros que contém o nome do internado e as cores correspondentes ao tempo médio de internamento para cada problema.

“Todos os pacientes são identificados com um código de cores, trabalho feito pela enfermagem do andar. Após essa etapa, os enfermeiros da regulação, que acompanham o quadro diariamente, esclarecem as dúvidas e começam a trabalhar em quem possui as cores amarelo e vermelho. Então, entram em contato com o médico assistente para discutir quais ações devem ser tomadas (adiantar exames, responder pedidos de consulta, identificar casos sociais) e, se possível, acelerar o processo”, explica o médico Marcelo Stegani, que organizou a implantação, junto à direção do HC.

Padrão

As cores são estabelecidas com base na tabela SUS (Sigtap – Procedimentos SUS), levando em conta o tempo médio dos procedimentos de internação.

Exemplo: a média de permanência da Pneumonia é de quatro dias. Caso o paciente esteja internado nesse período, o acompanhamento é normal e ele recebe a identificação verde. Ultrapassando, do tempo médio ao dobro dele (nesse caso, entre o 5º e o 8º dia), a cor será amarela, indicando que a atenção será maior. Quando a pessoa ficar internada a mais tempo do que o dobro da média de permanência (ou seja, a partir do 9º dia), receberá a cor vermelha e atenção especial.  

Aceitação

De acordo com a enfermeira Maria do Rocio, o sistema pode auxiliar os profissionais da saúde e, mais importante, os pacientes. “O Kanban pode alertar a equipe multiprofissional de que uma pessoa está internada há um longo tempo. Com isso, conseguimos verificar o que está pendente, como alguma demora em resultado de exame, para que a pessoa receba alta o quanto antes. Isso sem comentar sobre o estresse e o risco de contrair novas infecções”, afirma.

Segundo Marcelo Stegani, é muito cedo para se chegar a uma conclusão sobre o projeto, mas que há planos para o futuro. “Ainda não temos a quantificação dos resultados, pois precisamos de mais tempo para evidenciar a melhora. Porém, o esperado é aumentar a taxa de ocupação e a taxa de giro dos internamentos. A ideia é expandir o sistema, aos poucos, para todo o complexo hospitalar”, finaliza.

Imagens:

Com informações do HC-UFPR