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Suicídio pode ser evitado com tratamento multiprofissional e diálogo

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Suicídio pode ser evitado com tratamento multiprofissional e diálogo

Rede Ebserh oferece acompanhamento psicossocial em vários hospitais do país

Brasília (DF) – Atualmente considerado um problema de saúde pública mundial, o suicídio é responsável por uma morte a cada 40 segundos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Preocupados com essa alarmante realidade, 28 hospitais universitários filiados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação, nas cinco regiões do país, oferecem tratamento psicossocial com equipes multiprofissionais que envolvem médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas, dentre outros.

O tema suicídio tomou os noticiários nas últimas semanas, quando o desafio da “Baleia Azul” reacendeu uma antiga discussão: doenças psicossociais que podem levar as pessoas a tirarem a própria vida. O assunto ganhou repercussão nacional depois que uma adolescente de 16 anos foi encontrada morta em uma represa no estado de Mato Grosso, supostamente após cumprir o último desafio do jogo, e de ter sido registradas outras ocorrências de tentativas de suicídio.

O jogo da Baleia Azul surgiu nas redes sociais russas e consiste em listar uma série de 50 desafios, que incluem automutilação, culminando com o suicídio do participante. Apesar do teor criminoso do jogo, adolescentes com transtornos de personalidade podem se tornar alvo fácil.

JS, morador da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, é usuário desse tipo de serviço. Vítima de um acidente de trânsito há mais de dez anos que desencadeou uma série de problemas, ele foi diagnosticado com depressão. Semanalmente, JS tem acompanhamento de profissionais do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN). Na unidade filiada à Ebserh, ele participa de atividades como terapia, reunião com grupo de apoio, oficinas, além de acompanhamento médico.

Outra unidade da Rede Ebserh que oferece atendimento psicossocial é o Hospital Universitário da Universidade de Juiz de Fora (HU-UFJF). Lá, o Serviço de Psiquiatria e o Centro de Apoio Psicossocial (Caps) atendem pacientes teoricamente mais suscetíveis a buscar o suicídio, como os casos de depressão, transtornos de personalidade, dependentes químicos e esquizofrênicos.

O psiquiatra Alexandre Rezende Pinto explica que as famílias devem se atentar ao chamado comportamento suicida. Começando com o desejo de morrer, passando por acreditar ser essa a melhor decisão, o planejamento, até, por fim, tomar a atitude. “Pessoas caladas, que evitam o contato social e com mudanças importantes de comportamento devem ser observadas”, afirma o médico do HU-UFJF.

Apoio emocional

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pessoas com comportamento suicida 24 horas por dia pelo telefone 141, além de e-mail, chat e Skype. A associação, que fornece apoio emocional e prevenção ao suicídio, registrou o dobro de pedidos de ajuda desde a estreia de “13 Reasons Why”, série lançada no fim de março que aborda o suicídio de uma adolescente. Produzida pela cantora Selena Gomez, a série é inspirada no livro homônimo de Jay Asher e narra as razões que levaram uma estudante a tirar a própria vida.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos de idade, com mais de 800 mil casos por ano em todo o mundo. Geralmente, essas pessoas chegaram a procurar ajuda e não tiveram o tratamento da melhor forma. “Existe um mito ao achar que quando falam, não vão fazer. É muito importante valorizar as tentativas de suicídios”, conclui Rezende.      

Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh