Notícias Notícias

Voltar

HC-UFTM aumenta a quantidade de captações e transplantes em 2017

Doação de órgãos

HC-UFTM aumenta a quantidade de captações e transplantes em 2017

Unidade realizou 48 transplantes de córnea, 14 de rins e quatro de medula no ano passado

Uberaba (MG) – Com apenas 23 anos de vida, Marcos Cury descobriu que tinha os dois rins paralisados. Depois de uma espera de mais de dois anos na fila para transplante, passando por sessões de hemodiálise, o jovem descobriu uma doadora compatível – a própria esposa – e hoje se recupera da cirurgia efetuada no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), unidade vinculada à Rede Ebserh.

“Só pensava que minha vida e minha juventude iriam passar, não sabia se conseguiria um doador”, desabafa o jovem com 25 anos, hoje. Para a esposa de Marcos foi um misto de alívio e satisfação. “Minha filha falou que eu poderia salvar a vida do pai dela. Então não tive mais dúvidas”, enfatiza.

Marcos foi um dos beneficiados pelos diversos transplantes e captações de órgãos realizados pelo HC-UFTM. Em 2017, a unidade captou 20 rins e transplantou 14. Mas o HC também teve atuação importante em relação a outros órgãos. No ano passado, foram 70 córneas captadas com 48 transplantes realizados, sendo que, no ano anterior, houve 38 captações e 46 transplantes. Também realizou a captação de sete fígados (dois, em 2016) e quatro corações (apenas um no período anterior), além de transplantar quatro medulas ósseas contra nenhuma em 2016.

"Precisamos continuar firmes na conscientização sobre a importância das doações de órgãos. É uma decisão de altruísmo e amor ao próximo, que salva vidas. Basta informar à família sobre o desejo de doar", incentiva o coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIH-DOTT) do HC, Ilídio Oliveira Júnior.

Outros números

A CIH-DOTT efetuou 141 entrevistas (72 em 2016) com familiares de potenciais doadores - pacientes com morte encefálica confirmada –, o que resultou em 42 casos de doação (19 em 2016). 84% das buscas por múltiplos órgãos foram bem-sucedidas (66,6% em 2016), assim como 29% das relativas a órgãos e tecidos específicos e 23% das que visavam exclusivamente à captação de córneas.

Aconteceram, ainda, 62 palestras, reuniões ou entrevistas para a imprensa sobre o tema, durante o ano. Desde 2001, o projeto Vida pela Vida, coordenado por Oliveira Júnior, já coletou amostras de sangue de 24.874 interessados em se registrar no Cadastro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), tendo sido incluídos 1.961 no último ano.

Causas de não doação

Oliveira Júnior detalha algumas causas de não doação. “Foram identificados, inicialmente, 1.035 possíveis doadores em 2017. Contudo, 797 tiveram contraindicação médica e 378 apresentavam sepse, circunstâncias que impedem a entrevista sobre a possibilidade de doação. 52 famílias não autorizaram a retirada de órgãos. Em 25 casos, a família estava ausente e em outros oito, o paciente não possuía identificação”, enumerou.

Houve, como critérios de exclusão, adicionalmente, 49 diagnósticos de sorologia positiva para infecções virais como hepatites, HIV ou HTLV, 251 fora da faixa etária indicada para doação de órgãos e 18 optantes em vida pela não doação. 27 óbitos haviam ocorrido há mais de seis horas, o que também impossibilita o procedimento.

Sobre a Ebserh

Desde janeiro de 2013, o HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

Com informações do HC-UFTM