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Novo aparelho beneficia pacientes com câncer de pele e mama em Santa Maria

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Novo aparelho beneficia pacientes com câncer de pele e mama em Santa Maria

Hospital Universitário passará a oferecer cirurgias oncológicas radioguiadas pelo SUS

Santa Maria (RS) – O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), unidade vinculada à Universidade Federal de Santa Maria e à Rede Ebserh, passará a oferecer cirurgias oncológicas radioguiadas pelo Sistema único de Saúde (SUS). A aquisição do Gamma Probe (aparelho portátil composto de sonda de detecção e sistema de registro digital da radiação gama) irá possibilitar que pacientes com câncer de pele e mama sejam beneficiados com a localização do linfonodo sentinela (gânglio linfático ou órgão que atua na defesa do organismo produzindo anticorpos, e que é o primeiro lugar a receber as células cancerígenas).

“É um aparelho pequeno, uma técnica simples e que faz toda a diferença para o paciente. Por que diagnosticar o linfonodo sentinela? O paciente tem um tumor, e se esse tumor for se espalhar pelo organismo, o primeiro lugar que ele vai é o linfonodo sentinela. Antes do equipamento, não tínhamos como saber qual era o linfonodo sentinela. O paciente ia para cirurgia e em vez de tirar um linfonodo, tirava vários. Quando se retiram vários, no caso de paciente com câncer de mama que os linfonodos ficam na axila, a paciente pode apresentar edema no braço, entre outras complicações “, explica a médica nuclear Maria Cecília Gabbi.

Como o aparelho é usado na cirurgia

No Serviço de Medicina Nuclear, antes do paciente ir para a cirurgia, o médico nuclear fará uma injeção intradérmica próximo ao tumor. No bloco cirúrgico, já durante o ato operatório, a equipe médica passará a sonda do gamma probe (detector extremamente sensível a radioatividade) sobre o corpo do paciente. Quando encontrar o linfonodo sentinela, o equipamento irá emitir um sinal sonoro (apito) indicando o seu exato local. A técnica ajuda a direcionar o local para retirada do nódulo, diminuindo o tempo cirúrgico, o tamanho da incisão e a manipulação desnecessária do paciente.

“A gente retira o linfonodo e encaminha para análise, para ver se tem metástase. Se tiver, retira todos, e define o tratamento do paciente: quimio ou radioterapia. Se não, não remove sem necessidade”, afirma Maria Cecília.

O estado do nódulo sentinela reflete o estado de todos os outros gânglios. Ou seja, se este não apresentar metástase, a chance de o restante da cadeia estar comprometida é muito baixa. Essa informação é importante para o médico, pois a retirada de uma grande quantidade de gânglios pode desencadear efeitos indesejados, como diminuição da mobilidade nos braços, edemas e problemas estéticos nos pacientes.

A quantidade de material radioativo injetado antes da cirurgia é muito pequena e é eliminada por meio da urina do paciente, sem causar risco para ele e para os demais. Além disso, muito em breve o equipamento estará disponível para uso em outras áreas, como cirurgia de cabeça e pescoço para auxílio de retirada de paratireoide, um tipo de glândula localizada no pescoço.

Sobre a Ebserh

Desde dezembro de 2013, o HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atua na gestão de hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do SUS, e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, administra atualmente 39 hospitais e também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), financiado pelo MEC e pelo Ministério da Saúde, que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Rede Ebserh.

Com informações do HUSM-UFSM