Rio de Janeiro (RJ) – Aos 73 anos, Aílton Dias já não conseguia mais ler nem cuidar da casa, como sempre fez. Desde dezembro do ano passado, ele esperava por uma cirurgia de catarata na fila do Instituto Benjamin Constant (IBC). Agora, o desejo virou realidade e Aílton poderá voltar a enxergar melhor. Ele foi um dos pacientes beneficiados com um mutirão de catarata iniciado nesta segunda-feira, 19, no Instituto Benjamin Constant, com o objetivo de zerar a fila de pacientes do Instituto que aguardam a cirurgia de catarata. Atividade irá atender, até o final desta semana, cerca de 420 pessoas e é uma parceria entre o IBC e a Rede Ebserh, por meio do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG).

De acordo com o presidente da Rede Ebserh, Kleber Morais, a atividade começou a ser desenhada em outubro de 2017, após uma visita, em comitiva, do ministro da Educação, Mendonça Filho. “Vamos contratar médicos para manter o serviço de residência em pleno funcionamento. É o mínimo que poderíamos fazer por um lugar centenário, que presta um serviço de ponta na área da oftalmologia para a população”, afirmou Morais. O mutirão marca a reabertura de operações no Instituto, que completa 164 anos em 2018. O local serve como residência médica em oftalmologia e presta atendimento para deficientes visuais.​

O paciente Ailton Dias já vislumbra a retomada de suas atividades. “A primeira coisa que farei depois da operação será ir ao barbeiro, cortar meu cabelo. São pequenas atitudes, mas que me trarão alegria novamente”, disse o torneiro mecânico. Opinião parecida teve Nilza dos Santos, 69, que espera há um ano pelo atendimento, e estava bastante emocionada. “Essa cirurgia vai significar muita coisa na minha vida. Voltar a enxergar o sorriso dos meus netos é um sonho que vai ser possível novamente”, finalizou a dona de casa.

O diretor do IBC, João Ricardo Melo Figueiredo, comemorou a parceria. “Podemos dizer que estamos vencendo todas as dificuldades pelas quais temos passado nos últimos anos. O MEC [Ministério da Educação] entendeu a relevância do nosso serviço e por meio dessa percepção foi feito todo um trabalho junto à Rede Ebserh”, completou. Dentre outras tarefas, cabe à Rede Ebserh integrar seus hospitais filiados. É o caso do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), referência nacional no atendimento oftalmológico, que disponibilizou médicos e enfermeiros para atuarem na ação.

“Nossa ação não termina no mutirão; na verdade, começa. Outras ações importantes, de longo prazo serão tomadas, unindo educação e saúde e trabalhando em rede. Cada passo nosso é dado com a integração desses pilares fundamentais para o crescimento do país”, informou o presidente da Rede Ebserh.

Também foi anunciado o compromisso de contratualização do IBC junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da prefeitura do Rio de Janeiro, o que garantirá recursos financeiros para que os atendimentos possam voltar a crescer e manter no topo a residência médica em oftalmologia.

Estiveram presentes no início das atividades o prefeito do Rio de Janeiro (PRB), Marcelo Crivella, o senador Eduardo Lopes (PRB), os deputados federais Índio da Costa (PSD) e Otavio Leite (PSDB) e o vereador João Mendes de Jesus (PRB), o diretor de Atenção à Saúde, Arnaldo Medeiros, e o os superintendentes do HUGG, Fernando Ferry, e do HC-UFG, José Garcia Neto.

Sobre a Ebserh

Desde dezembro de 2015, o HUGG-Unirio integra a Rede Ebserh. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do SUS, e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.