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Hospital Bettina Ferro esclarece profissionais e estudantes sobre o autismo

Inclusão

Hospital Bettina Ferro esclarece profissionais e estudantes sobre o autismo

Unidade é referência estadual no atendimento de alterações de desenvolvimento e comportamento

Belém (PA) – “Desafios do diagnóstico e do tratamento das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo” é o tema da mesa-redonda que aconteceu nesta sexta-feira, 6, no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA), vinculado à Rede Ebserh. O evento foi alusivo ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado em 2 de abril. O Bettina Ferro é referência no diagnóstico e tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo, com cerca de 800 crianças e adolescentes atendidas.

O evento foi realizado pela Unidade de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (Uasca) e do Centro de Atendimento à Saúde da Mulher e da Criança (Casmuc), destinado aos profissionais da saúde, estudantes e familiares de pessoas com autismo. Os palestrantes foram a geneticista da Uasca, Isabel Neves, o terapeuta da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) – Belém, Thiago Dias, a neurologista da Uasca, Madacelina Texeira, e a professora da UFPA, Rosilene Reis.

A geneticista Isabel Neves informou que 90% das crianças que chegam ao Bettina com alterações de desenvolvimento são diagnosticadas com autismo. “Para cada dez crianças que chegam no espaço, nove são identificadas com o problema”, esclareceu.

A Uasca do Bettina Ferro é referência estadual no atendimento de alterações de desenvolvimento e comportamento, entre elas, o autismo. O espaço, iniciado com o nome de “Serviço de Desenvolvimento e Crescimento – Caminhar”, tem 15 anos de funcionamento e computa cerca de 6 mil indivíduos diagnosticados com doenças raras, entre elas, síndromes de Williams, de Marfan e Mucopolissacaridose, e com alterações de desenvolvimento.

O superintendente do Complexo, Paulo Roberto Amori, participou do evento e revelou total apoio na luta pela garantia dos direitos da pessoa com TEA. Ele comentou que no Bettina discute-se a elaboração de um programa voltado para o atendimento integral do TEA, focado em aprimoramento do serviço. “O Pará e o Paraná estão à frente nesse tipo de atendimento e com o apoio da Ebserh e da UFPA temos certeza que poderemos avançar ainda mais. Nossas crianças estão crescendo e precisam continuar sendo atendidas também quando adultas”, enfatizou.

Sessão

Belém vive um mês inteiro em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Como parte da programação, a Câmara Municipal de Belém (CMB) realizou nesta quinta-feira, 5, sessão especial para apresentar os avanços no atendimento dessa parcela da população belenense, com a presença de várias organizações que lutam pela garantia dos direitos das pessoas com deficiência.

Representaram o Bettina Ferro a gerente interina de Atenção à Saúde da instituição hospitalar, Ana Brito, a assessora de planejamento do Complexo, Graça Soutelo, a professora da UFPA, Rose Reis, e a pediatra do Casmuc/UFPA, Carla Magalhães.

A presidente da Associação de Mães e Amigos dos Autistas do Pará (Amaap), Jeronice Coutinho, ressaltou as a luta pela causa. “Apesar de as dificuldades serem muitas, percebe-se a cada ano um engajamento maior da população”, enfatizou. Ela comentou ainda que entre os desafios estão a criação de mais espaços para o diagnóstico precoce e tratamento multiprofissional, com o objetivo de promover o desenvolvimento com qualidade de vida aos meninos e meninas autistas.

“Nós temos outros espaços para receber as nossas crianças, mas o Bettina ainda é a única referência no estado que garante uma equipe multiprofissional mais próxima do que seria ideal. Só que precisamos de muitos Bettinas para o autista chegar a uma vida de qualidade”, enfatizou.

Sobre a Ebserh

Desde outubro de 2015, o Complexo Hospitalar da UFPA é filiado à Rede Ebserh. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

Imagens:

Com informações do Complexo Hospitalar da UFPA