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Hospital das Clínicas da UFMG realiza cirurgia com técnica inédita na unidade

Inovação

Hospital das Clínicas da UFMG realiza cirurgia com técnica inédita na unidade

Procedimento é usado para o tratamento da hipertensão pulmonar crônica

Belo Horizonte (MG) – O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), vinculado à Rede Ebserh, realizou, nesta quarta-feira, 20, o primeiro procedimento de a primeira tromboendarterectomia pulmonar da unidade hospitalar. A cirurgia durou aproximadamente oito horas e correu bem. A paciente, uma mulher de aproximadamente 50 anos, apresentava embolia pulmonar crônica, resultado de uma hipertensão pulmonar, e tinha todas as condições clínicas para passar pelo procedimento, considerado a primeira indicação de tratamento para essa doença e com melhor prognóstico.

A técnica foi acompanhada pelo cirurgião cardiotorácico Fábio Jatene, vice-diretor do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas de São Paulo e professor titular de cirurgia cardiovascular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ele veio acompanhado do também cirurgião torácico do InCor, Orival de Freitas Filho. Juntos, eles acompanharam a cirurgia ao lado do cirurgião cardiovascular Cláudio Gelape, do cirurgião cardiovascular Paulo Henrique Costa, do anestesiologista Rodrigo Bernardes e do grupo técnico de perfusionistas. A parte clínica do caso está a cargo do pneumologista Ricardo Amorim e do cardiologista Luiz Guilherme Passaglia. Todos esses profissionais integram o corpo clínico do hospital.

“Na tromboendarterectomia pulmonar, é necessário colocar o paciente em uma situação que se chama circulação extracorpórea. O sangue sai do corpo e vai para uma máquina especial. A gente então resfria o paciente dos 37° para 20° de temperatura. Nesse momento, interrompemos todo o fluxo sanguíneo do corpo do paciente para retirar os trombos crônicos do sistema pulmonar”, contou o cirurgião Cláudio Gelape.

Amorim e Gelape estiveram durante uma semana em São Paulo, no ano passado, para um treinamento com o professor Fábio Jatene e sua equipe no InCor do Hospital das Clínicas da USP. “Nós fizemos três procedimentos juntos durante o treinamento em São Paulo. Aqui no HC, nós  queríamos fazer o primeiro caso com ele para ter certeza de que a nossa técnica está perfeita”, afirmou Amorim.

Fábio e Orival de Freitas Filho acompanharam a cirurgia. “Como é uma doença recém-descoberta e de difícil diagnóstico, não são muitos centros ao redor do mundo que fazem essa técnica. No Brasil então são muito poucos, infelizmente. O lugar que tem mais experiência é o Incor, no Hospital das Clínicas da USP. Então vejo com muito bons olhos a possibilidade do grupo do HC-UFMG poder oferecer esse tipo de tratamento para a embolia pulmonar crônica”, afirmou o professor.

O HC-UFMG possui um Ambulatório de Doença da Circulação Pulmonar que trata, dentre várias doenças, a hipertensão pulmonar, e é o primeiro hospital 100% SUS de Minas Gerais a adotar a técnica. “Somos um centro de excelência em cirurgia cardíaca e temos um centro de excelência em pneumologia. Ou seja, temos o ambulatório e os pacientes. Por isso mesmo a vontade de inserir a técnica no rol de procedimentos realizados pelo HC”, contou o médico Ricardo Amorim.

A tromboendarterectomia pulmonar

A tromboembolia pulmonar é uma doença frequente, uma síndrome clínica e fisiopatológica resultado da oclusão da circulação arterial pulmonar por um ou mais êmbolos. Cerca de 1% a 3% desses pacientes desenvolvem embolismo crônico, também chamado de hipertensão pulmonar tromboembólica, seguido de elevação da pressão da artéria pulmonar e aumento da resistência vascular pulmonar. O aumento contínuo da pressão vascular leva ao remodelamento das pequenas artérias. Em pacientes selecionados, a tromboendarterectomia pulmonar é o procedimento de escolha para o tratamento da hipertensão pulmonar tromboembólica, com redução significativa da pressão pulmonar e melhora hemodinâmica.

Sobre a Ebserh

Desde dezembro de 2013, o HC-UFMG é filiado à Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

Criada em dezembro de 2011, a empresa também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades hospitalares do país, incluindo as não filiadas à Rede Ebserh.

Com informações do HC-UFMG