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Crianças internadas no HUSM têm acesso a leitura como parte do tratamento

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Crianças internadas no HUSM têm acesso a leitura como parte do tratamento

Novo mundo se abriu para a Unidade Pediátrica por meio de livros de autores de língua portuguesa

Santa Maria (RS) – Há 40 anos, quando deu início ao Projeto Mala de Leitura, o brasileiro Maurício Leite não imaginou para onde o livro poderia transportá-lo. E não foi só na imaginação; ele esteve presencialmente em todos os países de língua portuguesa do globo terrestre. Mas mãos, carregava uma mala azul repleta de histórias que encantaram crianças nas Américas, na África e na Europa.

Desde o mês de junho, essa mala de histórias aportou no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), vinculado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e à Rede Ebserh, mais precisamente no 6º andar, onde fica a Unidade de Pediatria. Uma vez por semana, na quarta-feira à tarde, a promotora de leitura Denise Copetti oferece um rico cardápio literário para alimentar o imaginário e o repertório cultural dos pequenos pacientes. Como, durante o tratamento, eles não podem deixar o hospital, é esse novo mundo que vem até eles.

E se engana quem pensa que ler é juntar sílabas, formar palavras. Mesmo aqueles que não foram alfabetizados ainda, podem interagir com os livros e suas histórias. “O objetivo é fazer as crianças entrarem na história e viajar no tempo e no espaço.  Mesmo que não saibam ler, podem sentir o livro, interagir, olhas as imagens”, afirma a promotora de leitura.

Além do HUSM, outras 12 escolas públicas de Santa Maria estão tendo acesso, desde abril, à mala de leitura. “Cada escola recebeu uma mala, com 30 livros escolhidos a dedo, que será trocada entre elas para diversificar a leitura dos pequenos”, explica Denise. Segundo ela, na mala há um mapa mundi para mostrar às crianças o país de origem dos autores dos livros.

Mas não só as crianças que saem transformadas desse encontro. A promotora de leitura afirma que o projeto proporcionou a ela o retorno a literatura infantojuvenil e que ela se encanta com cada história lida por ela e pelos pequenos.

“Como é a primeira vez que o projeto vem a um hospital, procuro respeitar as rotinas das crianças e dos profissionais. É preciso ter sensibilidade para sentir o momento de se aproximar com a Mala de Leitura. Tem hora que estão realizando procedimento, fazendo lanche, recebendo visitas, estão irritados ou com dor. Nesse momento fico de longe, se me chamarem, me aproximo. Tem outros momentos que, além de ler ou ouvir histórias, querem falar sobre seus medos, angústias, saudades. Aí sou eu que escuto e aprendo”, conclui.

É como não se cansa de afirmar Maurício Leite: “Pássaros tem assas, pessoas tem livros”.

Sobre a Ebserh

Desde dezembro de 2013, o HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

Com informações do HUSM-UFSM