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Assédio moral é discutido entre colaboradores do Complexo Hospital de Clínicas do Paraná

Debate

Assédio moral é discutido entre colaboradores do Complexo Hospital de Clínicas do Paraná

Houve palestras, debates e dinâmicas, além da exposição de canais de combate ao assédio

Curitiba (PR) – Foi realizado, nos dias 25 e 26 de outubro, no Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), vinculado à Rede Ebserh, o evento “Assédio Moral: Conscientizar é preciso”. Na abertura, a superintendente do CHC, Claudete Reggiani, falou da dificuldade do tratamento de colaboradores de vários vínculos e cargos, cujas leis e atribuições são muito diferentes.

No primeiro dia, os colaboradores tiveram palestras com a psicóloga Kátia Lima, que ressaltou os aspectos mais importantes sobre o tema. Entre suas colocações, destacou que o assédio pode acontecer em todos os níveis e de forma cruzada. “Existe assédio moral vertical, do chefe para o empregado, mas também pode ser do empregado para o chefe. E, além disso, de forma horizontal, pode acontecer entre os seus pares”, afirmou ela.

Outro ponto de suas explanações foi o fato do chamado “efeito manada”, pois “as pessoas, quando estão num grupo, podem dirigir maus-tratos à uma outra pessoa”. Segundo a psicóloga, todos devem evitar tratar as pessoas com qualquer tipo de grosseria, pois há uma força de ação-reação. Assim, “as pessoas reagem àquilo que você faz, pois até pessoas boas podem ter ações ruins”.

Na sexta-feira, 26, foi a vez dos gestores conversarem sobre o tema e também ficaram disponíveis psicólogos organizacionais do CHC, da Ebserh e de mais três hospitais universitários da rede para receber as demandas dos colaboradores.

Entre os gestores, além dos aspectos do assédio, foi apresentada a vantagem de um ambiente sadio, em que se pode dedicar o tempo em preocupações produtivas, tais como os objetivos concretos Tratou dos sofrimentos pessoais e da saúde emocional dos trabalhadores e dos líderes de equipes também que, além de seus anseios pessoais, tem sobre o seu cargo a pressão de evitar ao máximo o erro. 

Também foi abordada a teoria administrativa contingencial em que, muito embora as pessoas acham que devem ter tratamentos iguais, como indivíduos, a atenção dever ser personalizada atendendo as particularidades de cada um.

O Assédio

A preocupação com o assédio se faz presente em nível institucional, pois aumenta o absenteísmo, os erros e acidentes, as aposentadorias prévias, demissões, licenças médicas, multas e passivos trabalhistas, um clima desfavorável de trabalho e, por extensão, uma imagem negativa de sua marca. Também pode ter um dano social, pois pode gerar custos para tratamentos médicos e de reabilitação, despesas com auxílios doenças e previdenciárias em geral.

Contudo, o maior prejudicado é o próprio assediado que pode ter depressão, ansiedade, dores generalizadas, distúrbios digestivos, dores de cabeça, hipertensão, crises de choro, abandono das relações sociais, síndrome do pânico e até mesmo o suicídio.

Segundo a palestrante, é antídoto contra o assédio uma comunicação mais eficaz, que evite interpretações dúbias, separando as observações dos julgamentos pessoais. “Devemos reconhecer a autorresponsabilidade daquilo que pensamos e sentimos”, afirmou.

Como denunciar um assédio moral

A Rede Ebserh disponibiliza canais competentes para que sejam sanados os problemas o quanto antes, como o Canal de Relações do Trabalho em ambiente virtual interno, exclusivo para colaboradores da Ebserh em todo o país, além da Ouvidoria, disponível nos hospitais e na sede da estatal.

O colaborador também pode solicitar o apoio do psicólogo organizacional do próprio hospital universitário, que conversará com as partes envolvidas, tratando do assunto com a maior discrição e integridade.

Sobre a Ebserh

Desde outubro de 2014, CHC-UFPR é filiado à Rede Ebserh. Estatal vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

Com informações do CHC-UFPR