Campo Grande (MS) – Preocupação com a saúde, busca por melhoria na qualidade de vida e do sono, vontade de abraçar filhos e netos sabendo que não está com cheiro de cigarro, economia de dinheiro... São diversos os motivos que levam uma pessoa a querer abandonar o hábito de fumar. Para concretizar essa vontade, desde 2015, mais de 400 pessoas já buscaram orientações e ajuda especializada no Ambulatório de Tabagismo do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap), vinculado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e à Rede Ebserh.

O ambulatório, que funciona junto com o Ambulatório de Pneumologia, oferece atendimento para seis pacientes todas as quartas-feiras, das 7 às 11h. “O Ambulatório de Tabagismo atende livre demanda. Ou seja, basta o paciente comparecer ou agendar pelo telefone. Convidamos todos os tabagistas de Campo Grande, do interior do estado e também dos colaboradores do Humap que são fumantes, além de seus familiares e amigos”, diz a pneumologista Paola Brito.

Na primeira consulta o tabagista responde um questionário que serve para avaliar o grau de dependência química e psíquica. A partir deste questionário os profissionais traçam estratégias para auxiliar o paciente. Na sequência, o paciente faz teste de espirometria (exame de sopro para testar a capacidade pulmonar), raio-x de tórax e recebe explicações sobre os malefícios do tabagismo.

Se for detectada alguma doença relacionada ao tabagismo o paciente é encaminhado para atendimento pneumológico geral. Paralelamente, também é encaminhado para o grupo de terapia cognitiva comportamental, que funciona no Hospital Dia do Humap-UFMS.

Em grupo é menos difícil

Abandonar o hábito do tabagismo não é tarefa fácil. Essa constatação pode ser verificada pelos índices do próprio Ministério da Saúde (MS): de cada 10 fumantes que procuram ajuda na rede pública de saúde para deixar o tabagismo, apenas três conseguem realmente parar.

No entanto, no grupo antitabagismo do Humap, que faz parte do Programa Deixando de Fumar Sem Mistérios (do MS), o fumante tem apoio psicológico, além de receber a cloridrato de bupropiona (antidepressivo que ajuda a controlar os sintomas da abstinência) e adesivos de nicotina.

“O grupo se reúne às quintas-feiras, às 8h, no Hospital Dia do Humap-UFMS. No primeiro mês, os encontros são semanais; no segundo mês, quinzenais; e, no terceiro mês, um encontro apenas”, explica a psicóloga Terezinha Alcântara, que coordena o grupo.

Nos dois primeiros encontros o fumante recebe orientações sobre os malefícios do tabagismo, os benefícios para a saúde de quem consegue abandonar o vício, orientações sobre exercícios físicos (fornecidas por uma educadora física) e exercícios respiratórios e antitensores (ministrados por uma fisioterapeuta). No terceiro encontro, é fornecido o cloridrato de bupropiona. No quarto, sexto e sétimo encontros, são entregues os adesivos de nicotina (de 21mg, 14mg e 7mg).

“Ainda estou no segundo encontro do grupo, não recebi os remédios nem os adesivos, que vão entregar no próximo encontro, mas só de estar aqui recebendo ajuda e ouvindo o mal que o cigarro faz já estou há dois dias sem fumar. Não é fácil, mas vou parar de vez”, comemora o jardineiro Jesuíno Tadeu, 65 anos, que começou a fumar aos oito anos, quando trabalhava na roça.

O contato do Ambulatório de Tabagismo é (67) 3345-3149. Para participar do grupo antitabagismo o telefone é (67) 3345-3135.

Sobre a Ebserh

Desde dezembro de 2013, o Humap-UFMS é filiado à Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do SUS, e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

Criada em dezembro de 2011, a empresa também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.