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Hospital de Santa Catarina implanta programa para redução de infecções em UTI

PROGRAMA

Hospital de Santa Catarina implanta programa para redução de infecções em UTI

A equipe da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) adulto do Hospital Universitário de Santa Catarina (HU-UFSC) vai se reunir no próximo dia 18, às 14 horas, para discutir o processo de implantação de medidas que estão ajudando a reduzir casos de infecção. No encontro, será apresentado um histórico deste trabalho, os resultados obtidos até agora e o que é preciso ser feito para avançar.

Tudo isso faz parte do projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, idealizado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), em parceria com cinco hospitais de excelência (Albert Einstein, Instituto do Coração, Oswaldo Cruz, Moinhos de Vento e Sírio-Libanês).

O objetivo do projeto é reduzir em 50% a densidade de taxas de infecção das UTIs no período de três anos, com foco em três pacotes de intervenções: Infecção do Trato Urinário Relacionado a Cateter Vesical de Demora (ITU), Infecção Primária da Corrente Sanguínea Confirmada Laboratorialmente (IPCLC) e Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV).

O Hospital Universitário de Santa Catarina é um dos 119 hospitais brasileiros selecionados para participar do projeto e já apresentou resultados positivos, principalmente no caso de infecção do trato urinário. “Ainda há muito por fazer mas estamos acima da meta neste caso, sendo que o projeto, apresentado em 2017, estabelece um prazo até 2020 para alcançar seus objetivos”, explicou a farmacêutica Isabel Machado Canabarro, responsável pela gestão do projeto no HU-UFSC.

No HU, o projeto é desenvolvido pela equipe da UTI adulto, que tem vários participantes divididos em times para atuar em áreas específicas e agem como multiplicadores das ações. Cinco colaboradores participam das sessões de aprendizagem presenciais e virtuais e todo o trabalho recebe supervisão direta do hospital Moinho de Ventos, com metodologia do Institut for Healthcare Improvement (IHI).

Isabel Canabarro explicou que o foco é a melhoria dos processos de trabalho, o que exige o envolvimento de toda a equipe. São adotados pacotes de prevenção (chamados de bundles) e é feito um acompanhamento sistemático, com base em metodologia do IHI para avaliar os resultados da implantação destes pacotes.

Além de acompanhar os resultados, com testes feitos em pacientes, o projeto consiste também na avaliação de todo o processo de trabalho, considerando o tempo gasto, material, resultados práticos e outros itens. Tudo é registrado em relatórios que são avaliados periodicamente.

Outra atividade importante dentro do projeto é a realização de visitas multiprofissionais aos pacientes da UTI, (chamadas de rounds), que ocorrem de segunda a sexta. Neste momento, os profissionais repassam um check-list dos itens dos pacotes de prevenção, que ajuda a fazer uma avaliação do trabalho e, se necessário, apontar mudanças. Esta prática já era realizada no HU e ganhou destaque com a implementação do projeto.

A direção do Hospital Universitário acompanha os trabalhos diretamente, avaliando os relatórios mensais e realizando visitas – rondas – na UTI pelo menos uma vez por mês para ouvir relatos dos colaboradores e pacientes e avaliar os resultados apresentados periodicamente.

De acordo com os membros da equipe responsável pelo projeto, o trabalho tem objetivo de redução da incidência de infecções por meio de melhoria dos processos, mas não se limita ao trabalho dos profissionais, pois há necessidade, por exemplo, de envolvimento dos familiares no cuidado. “Isso resultou em práticas inovadoras no hospital, como, por exemplo, a visita ampliada na UTI”, explicou a farmacêutica.

O Ministério da Saúde explicou que a expectativa do projeto implantado em 119 hospitais é salvar 8.500 vidas e economizar R$ 1,2 bilhão, ao evitar desperdícios causados pela manutenção prolongada de pacientes que sofrem com infecções hospitalares dentro de UTIs. Estes números são monitorados pela metodologia do IHI, que também é utilizada pela acompanhar e avaliar os resultados nos hospitais que aderiram ao projeto.

Saiba mais sobre o projeto

- O projeto se chama “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala do Brasil”

- São membros da equipe no HU-UFSC a farmacêutica Isabel Canabarro, a enfermeira Luizita Henckemaier, a infectologista Patrícia de Almeida Vanny, a fisioterapeuta Juliana El Hage Meyer de Barros Gulini e o enfermeiro Gilson de Bittencourt Vieira, líder do projeto.

- O projeto adota a metologia PDSA (da sigla em inglês para planejar, fazer, estudar e agir). Isso significa que os membros participam de um planejamento das ações, atuam sobre os casos, avaliam e voltam a atuar, sempre melhorando o processo.

- O Instituto for Healthcare Improvement é responsável pela metodologia adotada no projeto, tanto para processos quanto para avaliação.

- Cinco hospitais de excelência - Albert Einstein, Instituto do Coração, Oswaldo Cruz, Moinhos de Vento e Sírio-Libanês – foram convidados para unir suas expertises para elaborar em conjunto formas de inovar e desenvolver iniciativas para reduzir os casos de infecções pela metade.

- O trabalho tem foco em três casos de infecções relacionadas à assistência à saúde:  Infecção do Trato Urinário Relacionado a Cateter Vesical de Demora (ITU), Infecção Primária da Corrente Sanguínea Confirmada Laboratorialmente (IPCLC) e Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV).

- O HU-UFSC aderiu ao projeto em outubro de 2017. Em dezembro, a superintendente Maria de Lourdes Rovaris assinou a Carta de Intenção e em 20 de junho deste ano foi assinado o Termo de Compromisso.

 

Sobre a Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atua na gestão de hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

Criada em dezembro de 2011, a empresa administra atualmente 40 hospitais, sendo responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

Com informações HU-UFSC