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3º Seminário de Extensão reforça importância do diálogo entre universidade e comunidade

Conhecimento

3º Seminário de Extensão reforça importância do diálogo entre universidade e comunidade

Evento foi promovido pelo Centro de Extensão do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina e da Escola de Enfermagem

A interação dialógica é uma das diretrizes que norteiam os projetos e as ações de extensão da UFMG. É ela que orienta o desenvolvimento de relações entre a universidade e setores sociais, que são marcadas pelo diálogo e pela troca de saberes, superando-se, assim, o discurso da hegemonia acadêmica. Os conceitos e exemplos dessa interação foram apresentados na última terça-feira, (13), durante o 3º Seminário de Extensão do campus Saúde, realizado na Escola de Enfermagem da UFMG.

De acordo com o professor da Escola de Arquitetura da UFMG, Glaucinei Rodrigues Corrêa, também coordenador do projeto “Catadores de Sonhos”, essa diretriz é essencial, uma vez que garante um diálogo e uma relação de igualdade entre a universidade e a sociedade. “Quando se pensou a extensão, pensava-se que a universidade levaria conhecimento para a comunidade, mas, na verdade, há uma troca”, explica. Segundo ele, essa interação desmistifica a ideia de uma universidade detentora do saber.

Um exemplo dessa interação dialógica é o projeto “Para elas, Por Elas, Por Eles, Por Nós”, coordenado pela professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, Elza Machado de Melo. De acordo com a professora, o projeto une usuários e profissionais da área da saúde e de outras áreas para trabalharem em uma perspectiva participativa, de modo a construir redes de enfrentamento da violência. “A base da criação do ambulatório é estabelecer uma relação simétrica, participativa, solidária e recíproca entre profissionais e entre as mulheres que lá chegam”, destaca.

Outro exemplo é a ação desenvolvida pela professora da Escola de Belas Artes, Anamaria Fernandes Viana, também coordenadora do projeto de extensão “Catadores de sonhos: design e dança para o bem-estar social”. O projeto trabalha a dança com pessoas em vulnerabilidade social, como pessoas com deficiência, adolescentes em situação de risco social, pessoas com autismo, catadores, mulheres de periferia.

Para Anamaria, o primeiro passo para que o projeto atinja essa diretriz é o silêncio e a escuta. “Devemos escutar de maneira atenta e delicada, porque, às vezes, a gente escuta, a pessoa fala e a gente já interpreta o que a pessoa quer falar. Deve ser uma escuta que deixa invadir e mudar o rumo do que se está querendo fazer”, argumenta. Segundo a professora, os projetos devem ser construídos conforme os caminhos que a comunidade indica, seus desejos e saberes. “Podemos, por exemplo, fazer uma proposta e ver como ela é acolhida e como a comunidade a transforma, antes de continuar”, completa.

Inclusão do usuário

A coordenadora do Centro de Extensão da Escola de Enfermagem da UFMG, professora Bruna Figueiredo Manzo, enfatiza que o foco dos projetos é o usuário. “Na tentativa de melhorar nossas ações de extensão e de dar mais voz ao nosso usuário, a gente precisava desse momento, para incluir os usuários nas nossas conversas, nos nossos planejamentos e avaliações”, explica. Para ela, “os projetos não andam só pelos docentes e pelos discentes, eles têm que andar de forma conjunta. E é uma interação entre todos que os tornam efetivos”.

Sobre o evento

O evento foi promovido pelo Centro de Extensão da Faculdade de Medicina (Cenex/Med), da Escola de Enfermagem e do Hospital das Clínicas. O objetivo foi discutir estratégias para promover a interação dialógica na extensão, bem como ser um momento de troca de experiências entre comunidade, professores, alunos e servidores técnico-administrativos.

(Com Faculdade de Medicina da UFMG)