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Setembro Verde reforça importância da doação de órgãos

TRANSPLANTES

Setembro Verde reforça importância da doação de órgãos

Transplantes registram queda no país durante a pandemia; no Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, que comemora feitos inéditos em 2020, eles não deixaram de acontecer

Os transplantes de órgãos sólidos no Brasil tiveram queda de cerca de 16% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Para garantir a segurança dos pacientes e profissionais de saúde durante a pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orientou as equipes médicas a adotarem avaliações criteriosas, como a implementação de testagem para Covid-19 em possíveis doadores e a não realização de transplantes de órgãos retirados de pessoas que morreram da doença, o que impactou negativamente as captações. Só em Minas Gerais, mais de 4 mil pessoas aguardam na fila do MG Transplantes por um órgão e pela chance de renascer.

Com o intuito de diminuir o tempo de espera e potencializar o número de doações, foi criada a campanha Setembro Verde, alusiva ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 do mesmo mês, com ações de conscientização em todo o país durante o mês de setembro. No Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, o maior centro transplantador de Minas Gerais, as atividades serão online.

Para ampliar o debate sobre o tema, será lançada nas mídias sociais da instituição a campanha “Sem doação não há transplante: seja doador, avise sua família” e veiculados vídeos com depoimentos de famílias de doadores e pacientes transplantados. Está programada ainda a realização do seminário “Doação de Órgãos, Células e Tecidos para Transplantes: Desafios Impostos pela Pandemia” e de uma live no Instagram para discutir os mitos e verdades sobre a doação de órgãos. Por conta da pandemia de Covid-19, a tradicional “Caminhantes - Caminhada pela Doação de Órgãos” não acontecerá em 2020.

Dados

Desde o registro do primeiro transplante em Minas Gerais, que foi realizado pelo Hospital das Clínicas em 1969, quando um homem de 32 anos recebeu um rim da irmã, a instituição já soma quase 18 mil procedimentos. Na lista estão transplantes de coração, rins, fígado, medula óssea e córneas, todos eles feitos com recursos do SUS por uma equipe que envolve cirurgiões, enfermeiros, médicos clínicos, especialistas em reabilitação física e assistência psicológica.

Mesmo durante a pandemia, essas cirurgias não deixaram de acontecer no HC, que priorizou a realização de transplantes de urgência em pacientes em estado grave ou risco de morte. O número de transplantes na média anual, considerando os últimos 6 anos, foi de 115 córneas, 31 de coração, 30 de fígado, 17 de rim e 36 de medula óssea. No primeiro semestre de 2020, o HC realizou dois procedimentos inéditos em Minas Gerais: um transplante hepático em paciente com HIV e o primeiro intervivos hepático pediátrico do estado.

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