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Campanha conscientiza para a importância da doação de órgãos

Setembro Verde

Campanha conscientiza para a importância da doação de órgãos

Ação se tornou ainda mais importante em virtude da queda de transplantes em todo o país

Se o Setembro  é Amarelo por promover a conscientização sobre a prevenção do suicídio, ele é também Verde para alertar sobre a importância da doação de órgãos e tecidos para a realização de transplantes que vão salvar pessoas e dar maior qualidade vida a quem precisa.  O Setembro Verde tem como objetivo informar e mostrar às pessoas sobre a importância de dizerem aos seus parentes que querem ser doadoras, além de celebrar o Dia Nacional de Doação de Órgãos, neste domingo (27). No Hospital das Clínicas da UFPE,  são realizados transplantes de rins intervivos (com o doador vivo) e a sensibilização das famílias para a captação.

A campanha se tornou ainda mais importante em virtude da queda de transplantes em todo o Brasil nesse período de pandemia de covid-19. “Transplantes que podiam ser adiados (como os de rins e de córneas) foram adiados por causa das medidas  de segurança impostas pela pandemia  e, além disso, houve uma menor quantidade de pessoas com morte encefálica, em virtude da diminuição de acidentes, já que havia menos pessoas circulando”, explica o gerente de Atenção à Saúde do HC, Filipe Carrilho, que é nefrologista especialista em transplante renal. 

Pela legislação brasileira, a doação precisa ser autorizada pela família do paciente com morte encefálica comprovada. O ideal é que a pessoa, em algum momento da vida, revele esse desejo em ser doador aos mais próximos, mas se isso não foi possível, entra em ação a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), setor que atua em diversos hospitais, inclusive no HC-UFPE, promovendo a sensibilização desses familiares em prol da captação de órgãos e tecidos. Se o paciente já havia manifestado o interesse, basta aos familiares comunicar à equipe de assistência para que as providências sejam tomadas o mais rápido possível. O procedimento é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Cihdott do HC promove essa sensibilização com grande sucesso para a captação, notadamente de córneas. “Como o hospital não tem emergência de trauma nem urgência de neurocirurgia, o número de doação de órgãos é pequeno.  Com relação à captação de córneas, acompanhamos os pacientes em morte encefálica, acolhemos as famílias e oferecemos a possibilidade da doação. Isso tudo é possível graças ao engajamento das equipes do Necrotério, da Oncologia e das Enfermarias, além de projetos de humanização que constroem vínculos e pontes com os pacientes e suas famílias”, salienta a médica intensivista Cláudia Vilela, que coordena a Cihdott do HC-UFPE. 

Quanto ao transplante renal entre pessoas vivas, geralmente, os doadores são parentes (mães, pais, irmãos, tios, avós), mas qualquer pessoa pode se dispor a ser doadora, desde que não apresente nenhum problema de saúde. Se o doador não for um parente do receptor, há necessidade de autorização judicial em que um juiz atestará o altruísmo da doação, já que a compra e venda de órgãos é crime no Brasil.

Em Pernambuco, um doador pode beneficiar sete pessoas: duas córneas, dois rins, coração, fígado e pâncreas. No Brasil, os transplantes mais frequentes são de rins, pulmões, coração, fígado, córneas e válvulas cardíacas.

Texto: Moisés de Holanda